sábado, 22 de novembro de 2008

Herbert Marcuse

"Os meios de transporte e comunicação em massa, as mercadorias, casa, alimento, roupa, a produção irresistível da indústria de diversão e informação, trazem consigo atitudes e hábitos prescritos, certas reações intelectuais e emocionais, que prendem os consumidores aos produtos. Os produtos doutrinam, manipulam, promovem uma falsa consciência. Estando tais produtos à disposição de maior número de indivíduos e classes sociais, a doutrinação deixa de ser publicidade para tornar-se um estilo de vida (1982, p.31 e 32)."
"Com o crescimento da conquista tecnológica da natureza, cresce a conquista do homem pelo homem. E essa conquista reduz a liberdade, que é um a priori necessário da libertação. Isso é liberdade de pensamento no único sentido em que o pensamento pode ser livre no mundo administrado, como a consciência de sua produtividade repressiva e como a necessidade absoluta de romper para fora desse todo (1973, p. 232)."
"É a vida deles que está em jogo e, se não a deles, pelo menos, a saúde mental e capacidade de funcionamento como seres humanos livres de mutilações. O protesto do jovem continuará porque é uma necessidade biológica. Por natureza, a juventude está na primeira linha dos que vivem e lutam contra uma civilização que se esforça para encurtar o atalho para a morte (1978, p. 23)."
"Um homem, que viaje de carro a um lugar distante, escolhe a rota de sua viagem num guia de estradas. Cidades, lagos e montanhas aparecem como obstáculos a serem ultrapassados. O campo é delineado e organizado pela estrada: o que se encontra no percurso é um subproduto ou anexo da estrada. Vários sinais e placas dizem ao viajante o que fazer e pensar. Espaços convenientes para estacionar foram construídos onde as mais amplas e surpreendentes vistas se desenrolam. Painéis gigantes lhe dizem onde parar e encontrar a pausa revigorante. A rota é feita para o benefício, segurança e conforto do homem. E a obediência às instruções representa o único meio de se obter resultados desejados (1998, p.79)."

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

O que é a vida?

Viver talvez a tarefa mais árdua do ser humano, principalmente se levarmos em consideração a problemática que é o verbo "viver". Esse talvez fosse o início de um 'lindo texto sobre a vida", mas não o é. Vamos mudar propositadamente toda a introdução romântica e parnasiana para uma que mais se reflete com a atual conjuntura mundial de crise econômica, crise política, crise social, crise de valores, crise da crise, crise, crise, crise....
Lembro-me de um dia chuvoso
Triste como a melancolia de um filme noir
Sombrio como o "Cavaleiro sem Cabeça"
Que expressava uma expressão expressionista
Que me fazia ver o sol de uma forma diferente
Saudades! Saudades! Saudades!
Mas, será que eu farei algo?
Serei alguém?
Vencerei?
Transarei?
Serei exemplo?
Fodam-se todos aqueles que me exigem algo
Sou assim.
Mas, e meus inimigos?
Que cuidem de seus filhos.
Se quiserem a paz
Ficarei feliz
Caso contrário
Que o caos tome a todos
Que vegetem como objetos de piedade
E que sejam o elo entre o nunca e o nada
Mas, lembrando um Nietzche doente de alma
Pensarei tal qual Freud fez
E cagarei para a dor cruel dos meus inimigos
E trarei à tona a ira de meu id
Para que todos entendam o que eu quero dizer:
FODAM-SE, FODAM-SE, FODAM-SE, FODAM-SE!